O encontro teve a participação do diretor e equipe do Departamento de Economia da Saúde (DES), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministéro da Saúde (veja na agenda a relação dos participantes). Entre outros temas, o grupo tratou da conformação do Comitê Consultivo e definição de matriz de responsabilidades da nova BVS. Também destudaram a construção da estrutura temática da área, a proposta visual, e identificaram fontes de informação. Na reunião houve ainda a discussão sobre a viabilidade de uma Comunidade Virtual.
Elias Antonio Jorge, diretor do DES, explicou que até setembro a BVS ECOS deverá operar com algumas fontes de informação. O lançamento oficial está previsto para novembro.

Mais com pouco

A partir de 2003 houve uma reestrutura no Ministério da Saúde e constituiu-se o DES com o desafio de institucionalizar a economia da saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Em outras palavras, "como fazer mais e melhor com o pouco (recurso) que temos", conforme diz o lema do departamento.

"Há, por parte dos gestores de saúde em todos os nívies de governo, uma demanda crescente de recursos para investir em saúde. Mas esse montante é limitado e precisamos entender como aumentar a eficiência no uso dos recursos públicos". DEssa forma, o Departamento instituiu uma diretriz de integralidade, equidade e democracia a seguir. A partir desses insumos, foi desenhado um movimento estratégico de economia da saúde que se divide em duas partes:

a. A criação de um Centro Nacional de Informação em Economia da Saúde. Essa proposta inclui a área de avaliação de tecnologias e o Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos.

b. Apoio na estruturação de núcleos estaduais ou regionais de economia da saúde.

Esses núcleos compõem-se de um "matrmônio" entre dois principais pontos focais: o serviço (ferramentas para tomadores de decisão) e academia (formação de conhecimento).

Dessa estratégia, o DES espera alcançar o que foi chamado de atitude cultural. Em outras palavras, fomentar uma nova forma de ver, compreender, conhecer e gerenciar a economia na prática diária do SUS.

"A BVS é um instrumento importante na construção do centro de informação. Nossa expectativa é que ela possa identificar quem faz o quê na economia da saúde. Além disso, organizar a informação disponível e disseminar da melhor forma aos nossos gestores", afirma Elias.
Na sua concepção, a BVS Ecos não deve se encaixar na ortodoxia acadêmica, mas apresentar experiências práticas. "Ou eu não consigo a adesão do usuário". Ele descreve, por exemplo, a experiência com um sistema de informação em despesas de saúde - o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS) - , considerado complexo em sua ferramenta de inserção de dados. Mesmo assim, 5 mil municípios em média alimentam mensalmente o sistema, independentemente de uma obrigatoriedade legal. "O interesse nessa informação é do próprio gestor. Isso estimula a adesão ao processo."

Expectativa latino-americana

O propojeto desenvolvido pela Diretoria de Economia em Saúde é ainda mais ambicioso. Organizações semelhantes têm um bom desenvolvimento na Argentina e em Cuba. Mas são incipientes em outros países da América Latina e Caribe.
A perspectiva, então, é consolidar no Brasil um projeto exportável, que possa ser adotado como modelo de economia da saúde regional. "Ter a BIREME como parceira é um catalisador dessa proposta mais ampla."