Após seis anos no Brasil, Joaquín Molina se despede da representação da Organização Pan-Americana? de Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) para se aposentar. Em cerimônia, no dia 21 de dezembro de 2018, o odontólogo cubano abandonou a formalidade que o cargo lhe exigia e, em discurso descontraído e emocionado, agradeceu a temporada no Brasil, os amigos, a família e a equipe formada entre 2012 e 2018. “O Brasil é o lugar onde pude desenvolver a maior e a melhor das minhas aspirações. Me permitiu trabalhar naquilo que acredito: um sistema de saúde público universal e gratuito”, afirmou.

Molina contou detalhes de sua trajetória profissional e pessoal, agradeceu a esposa e os filhos que estavam na plateia e foi homenageado pela família e pela filha que não pôde comparecer, mas enviou um vídeo. Arrancou risos e lágrimas dos mais de 200 funcionários que ocuparam o Auditório Carlyle Guerra de Macedo. “Vou fazer um pedido: se algum dia vocês sonharem comigo ou pensarem em mim, me abracem porque certamente estarei com saudades”, disse ao final de sua fala improvisada.

O Programa Mais Médicos ganhou destaque como um dos principais feitos de seu período no Brasil. Molina contabilizou que, por três anos, foram mais de US$ 2 milhões e mais de 20 mil médicos cubanos trabalhando nos locais mais difíceis do Brasil. “O Mais Médicos recebeu mais de 30 auditorias. Poucas vezes uma equipe recebeu tantas auditorias. Das últimas três vezes, duas vieram sem recomendações. Isso é impressionante”, disse.

Em seu lugar, assume a médica Socorro Gross, primeira mulher na história a ser representante da Opas no Brasil. “Socorro é uma pessoa muito competente, que sabe se colocar no sapato do outro, nos conhecemos há anos”, declarou Molina. A nova representante retribuiu. “Hoje estamos celebrando os seus êxitos, não estamos nos despedindo”. Ela agradeceu o empenho dos funcionários da Opas no preparo de todas as informações para a transição. “A saúde se constrói unindo forças, com determinação e sacrifício. Sozinhos somos bons, mas juntos somos poderosos”.

Fonte: https://bioeticaediplomacia.org