Rio de Janeiro - Inaugurada ontem, na presença do ministro da Saúde, Agenor Álvares, a instituição é a única do setor público no País que produz mefloquina e ofloxacino, usados, respectivamente, para prevenção e tratamento da malária e em pacientes com hanseníase.

A produção, além de atender às organizações militares e hospitais navais, é destinada aos programas nacionais do Ministério, que investiu cerca de R$ 19 milhões nas novas instalações da instituição. Segundo o ministro, a modernização do parque faz parte de uma política do governo federal para ampliar o acesso da população aos medicamentos. Outro laboratório das Forças Armadas, o da Aeronáutica, também passa por melhorias.

"Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 55% das pessoas que necessitam de tratamento não podem arcar com os custos dos medicamentos prescritos", ressaltou Álvares, durante a solenidade, em Benfica, zona norte, acrescentando que 80% da demanda do governo federal é atendida pelos nove laboratórios oficiais, que consomem apenas 20% dos gastos federais com a compra de medicamentos. Nos laboratórios oficiais, o preço de custo, em geral, é bem menor do que o praticado no setor privado.

Diretor do laboratório, o capitão-de-mar e guerra Walter Lucas da Silva, afirmou que os medicamentos serão produzidos a preços muito mais baixos que os encontrados no mercado. No momento, a unidade produz apenas medicamentos similares, ou seja, os que têm o mesmo princípio ativo do produto original, porém, não têm a bioequivalência comprovada. Esta, por sua vez, é o que assegura se a eficácia clínica e a segurança do medicamento são iguais ao do produto de marca.

"Daqui a pouco tempo, nós vamos estar produzido os genéricos (que têm a bioequivalência). É questão de tempo e de adequação", frisou o comandante, explicando que, em breve, o laboratório vai receber o Certificado de Boas Práticas de Fabricação. Ele afirmou também que é possível produzir para exportação. "A gente só não vende mais porque não fabrica mais."

Karine Rodrigues

Fonte: O Estadão 14/11/2006
http://www.estadao.com.br/saude/noticias/materias/2006/nov/14/94.htm (external link)