O Ministério da Saúde pagará, a partir de hoje, 51% a menos pelo medicamento tenofovir, que faz parte do coquetel utilizado para o tratamento dos portadores de HIV. O acordo foi assinado hoje pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares, e o vice-presidente da empresa Gilead Science, Joseph Steele, representando uma economia imediata de US$ 31,4 milhões por ano, que permitirá investimentos no próprio programa. O remédio é distribuído pelo governo federal gratuitamente para 11 mil pacientes. O valor do comprimido passou de US$ 7,68 para US$ 3,80.

"O acordo satisfez o governo, principalmente porque garante o abastecimento desse antiretroviral importante para o programa brasileiro e, em segundo lugar, porque traz uma economia considerável que deve ser utilizada na aquisição de outros medicamentos", afirmou o ministro Agenor Álvares. "Nós estamos em negociação com todos os produtores de antiretrovirais. O governo federal tem o compromisso de garantir aos portadores de HIV o provimento desses medicamentos que são necessários para a melhoria da sua qualidade de vida", acrescentou.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, o acordo já vale para a aquisição de 8,1 milhões de cápsulas neste ano pelo governo brasileiro. "O acordo não estabelece a compra do remédio em nenhuma quantidade. Exceto pelos programas humanitários, o Brasil tem agora o melhor preço para o medicamento em toda a América Latina", disse o secretário.

De 1980 a junho de 2005, foram registrados 371.827 casos de aids no Brasil. A taxa de incidência da aids (casos da doença por 100 mil habitantes) mantém-se estável - 17,2 em 2004. A razão entre homens e mulheres continua caindo e hoje está em 1,5 caso em homens para 1 caso em mulher. No início da epidemia, a razão era de 16 casos em homens para 1 em mulher. Atualmente, 170 mil pessoas recebem gratuitamente o coquetel antiretroviral.

Para Mariângela Simão, diretora do Programa Nacional DST/Aids, com o acordo será possível expandir em até 50% a distribuição gratuita do medicamento até o final do ano. "O tenofovir passa a ser um medicamento de escolha de primeira linha. Ao reduzir o custo, isso possibilita o aumento do número de pacientes atendidos. Devemos fechar o ano com 15 mil ou 16 mil pessoas atendidas", afirmou. O remédio, segundo ela, tem vantagens pela eficácia terapêutica, pela dosagem única no dia e pela redução de sintomas colaterais.

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Fonte: Portal da Saúde 09/05/2006
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