A Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) é um modelo consolidado em gestão de informação em saúde para a América Latina e Caribe (AL&C). O acesso às fontes de informação científica e técnica na BVS é livre e gratuito a partir de qualquer computador conectado à Internet. Sendo assim, com o objetivo de ampliar ainda mais o alcance, acesso e promoção destas fontes de informação, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), foi idealizado e desenvolvido o projeto Estação BVS nas Secretarias Estaduais e Distrital de Saúde do Brasil. A iniciativa é subsidiada pelo Ministério da Saúde e apoiada pela BIREME/OPAS/OMS, responsável pela operação da BVS no Brasil e demais países da Região (saiba mais sobre o projeto).

Iniciado em 2005, a iniciativa, que conta com 13 Estações BVSs no país, visa democratizar o acesso às fontes de informação em saúde pública, por meio do qual o usuário navegará por mais de 13 milhões de referências bibliográficas, disponíveis na BVS Saúde Pública – Brasil (BVS SP– Brasil), e na BVS Economia da Saúde (BVS ECOS). Até o final deste ano está prevista a instalação de mais 14 Estações BVSs no Brasil. Estas iniciativas representam importantes resultados alcançados pelo Ministério da Saúde em conjunto com a BIREME, propiciando ações evidentes de inclusão digital e social.

No dia 3 de maio, foi inaugurada a primeira Estação BVS, das 14 programadas para 2006, na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (SES SP). Ricardo Oliva, Secretário Adjunto, representou a Secretaria. Carlos Magno Fortaleza, da Coordenadoria de Controle de Doenças (SES SP) e Carlos Adalberto Sannazzaro, Diretor do Instituto Adolfo Lutz, local onde está instalada a Estação BVS em SP, também prestigiaram a inauguração. O evento também contou com a participação de representantes das instituições apoiadoras do projeto: Márcia Rollemberg, Coordenadora Geral de Documentação e Informação, da Secretaria Executiva do MS (CGDI/MS), Elias Antônio Jorge, Coordenador do Departamento de Economia da Saúde, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do MS (DES/MS); Abel L. Packer, Diretor, Verônica Abdala, gerente de Serviços Cooperativos de Informação (SCI), da BIREME e membros de equipes.

Autoridades locais também comparecerem ao evento, que lotou o auditório do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

Durante a cerimônia de lançamento da Estação BVS em São Paulo, na SES-SP, as autoridades que compuseram a mesa apontaram para um mesmo caminho em seus discursos: a importância, necessidade e responsabilidade das instituições em permitir e promover a capacidade de produção e de uso da informação por parte de cada cidadão. "A exclusão 'social' da produção de conhecimento é uma das piores que podem ser impostas a uma pessoa", afirmou o Diretor da BIREME, Abel L. Packer, que também acrescentou que a missão compartilhada pelos apoiadores do projeto Estação BVS é garantir que a informação em saúde seja tratada cada vez mais como um bem público. Em outras palavras, que possa ser produzida e utilizada livremente.

"A BVS já é um marco de divulgação da informação científica técnica produzida no Brasil. Queremos expandir essa experiência para a rede SUS", esclareceu Márcia Rollemberg (CGDI/MS). "Então, reforço o convite a que todos se insiram nessa filosofia e adotem o que a BVS-SP, a BVS ECOS e as demais Bibliotecas Virtuais em Saúde estabelecidas têm a oferecer."

Informação para tomada de decisão – Unanimidade nos discursos

Compuseram a mesa na cerimônia de lançamento, além de Ricardo Oliva, Carlos Magno Fortaleza, Secretaria (SES SP); Carlos Adalberto Sannazzaro, Instituto Adolfo Lutz; Márcia Rollemberg, Elias Antônio Jorge, Ministério da Saúde e Abel L. Packer, BIREME/OPAS/OMS.

Na opinião de Ricardo Oliva, a eqüidade no acesso à informação é fundamental àquele que faz gestão, daí a importância da expansão e fortalecimento da BVS. "E o que está no contexto da inauguração desta Estação BVS é a responsabilidade, esforço e compromisso das instituições reunidas aqui em valorizar e explicitar o saber em busca da gestão eficiente, no nosso caso, do SUS."

Outro aspecto destacado nos discursos foi o fato da Estação BVS ser um ícone simbólico da democratização do acesso à informação. O local físico onde estão disponíveis os computadores com acesso às BVSs é um primeiro impulso para que os gestores de saúde se apropriem da BVS e que possam adotá-la em seus processos cotidianos de tomada de decisão. "E mais. Nossa intenção é que também essa iniciativa promova a captação da informação produzida pelos profissionais de saúde de São Paulo e dos outros estados", reforçou Elias Antônio Jorge (DES/MS).

Na seqüência dos discursos, Verônica Abdalda (SCI) apresentou as fontes de informação disponíveis na BVS SP Brasil e na BVS ECOS.

Foram apresentada aos participantes do evento, no final da cerimônia, as instalações de localidade da Estação BVS, na Biblioteca do Instituto Adolfo Lutz que, agora, recebe também o acervo do Centro de Vigilância Sanitária e do Centro de Documentação da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.

Estações BVSs estarão em 27 estados brasileiros

Em 2005 foram inauguradas 13 estações nas capitais dos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Santa Catarina e Sergipe. A previsão para 2006 é a implantação de mais 14 estações, completando todo o território nacional, incluindo o Distrito Federal.

A primeira etapa de implantação das estações BVS, em 2005, teve a parceria do Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT) do Ministério da Saúde. Foram previstas inicialmente a seleção das secretarias estaduais de saúde que mais se destacavam nos seguintes aspectos: existência de projetos de ciência e tecnologia em saúde, a existência de centros de documentação e informação estruturados e o alinhamento com a agenda de prioridades do Governo Brasileiro: Região Norte e Nordeste.

Para 2006, a iniciativa tem o apoio do Departamento Economia da Saúde (DES), do Ministério da Saúde. A Estação BVS é uma iniciativa conjunta entre o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral de Documentação e Informação (CGDI), e a BIREME/OPAS/OMS, com o apoio com as Secretarias Estaduais de Saúde.

Um pouco mais

Na BVS SP Brasil são encontradas bases de dados nacionais e internacionais como a Coleciona SUS (que reúne os acervos das instituições federais do SUS), acervos das bibliotecas da Faculdade de Saúde Pública da USP e OPAS Representação Brasil, LILACS, MEDLINE e Cochrane (medicina baseada em evidências); Catálogo de Sites em saúde pública e Fontes de Informação para Tomadores de Decisão (ITD) organizadas em cinco temas: (1) políticas públicas em saúde, (2) planejamento e gestão de sistemas e serviços de saúde, (3) legislação em saúde, (4) gestão para redução da mortalidade infantil e (5) apoio ao Programa Saúde da Família.

Já a BVS ECOS visa sobretudo disseminar informação sobre economia da saúde para gestores e profissionais no âmbito da área da saúde, disponibilizando literatura científica selecionada em bases de dados nacionais e internacionais. Oferece ainda catálogo de sites, eventos e a própria Comunidade Virtual ECOS, um canal para divulgação e compartilhamento de informação e de conhecimento relacionados à área de Economia da Saúde.