O Ministério da Saúde investiu R$ 248,7 milhões em 2013 no desenvolvimento de pesquisas na área da Saúde – sete vezes mais do que em 2011, quando o gasto foi de R$ 35,5 milhões. O investimento visaincentivar pesquisadores a encontrar soluções inovadoras para serem aplicadas no Sistema Único de Saúde (SUS) e aprimorar a assistência ao usuário. Do total de recursos investidos neste ano, R$ 104 milhões foram para editais nacionais. Outros R$ 79 milhões para editais estaduais. E os demais R$ 59, 2 milhões investidos em contratação direta de instituições de pesquisa. O investimento foi realizado em conjunto com outros órgãos e agências de fomento.

Os números foram apresentados nesta terça-feira (3) durante a abertura do evento “Ciência, Tecnologia e Inovação no SUS: integração entre conhecimento científico e políticas de saúde”, organizado pelo Ministério da Saúde e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) e realizado em Brasília até esta quarta-feira (4).

“As pesquisas têm grande relevância para o SUS. Elas influenciam fortemente as decisões estratégicas do Ministério da Saúde e a consolidação das políticas públicas”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que participou da abertura do evento e entregou prêmios aos pesquisadores vencedores do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS dos anos de 2012 e 2013. Eles desenvolveram trabalhos científicos que buscam a melhoria da rede pública de saúde.

Padilha ressaltou o papel dos pesquisadores para o desenvolvimento do país. “Os pesquisadores devem ter profunda dimensão do impacto que seus estudos têm para o desenvolvimento do país. Nenhum país do mundo se tornou rico e sem pobreza sem ter um forte esforço de investimento em inovação tecnológica e pesquisa. Nos últimos 10 anos, o setor público brasileiro passou a ser competitivo mundialmente. Hoje, o investimento do nosso país em pesquisa proporcionalmente ao PIB brasileiro é equivalente às grandes nações do mundo”, afirmou.

Durante o encontro, que reúne cerca de 700 pessoas da comunidade científica, também serão divulgados resultados de pesquisas financiadas pelo Ministério da Saúde sobre temas relevantes para a saúde pública, como saúde materna, tratamentos de doenças mais prevalentes na população e o impacto de políticas públicas estratégicas para a população brasileira. Também será assinada parceria com instituto britânico para aprimorar a metodologia brasileira de avaliação de tecnologia em Saúde. Serão ainda anunciados os projetos aprovados nos quatro últimos editais de pesquisa que foram lançados.

“O orçamento parceiro do Ministério da Saúde com o Ministério da Ciência e Tecnologia e o CNPq nos proporcionou o desenvolvimento de pesquisas e projetos com grande relevância para o SUS. Trabalhar com editais é muito bom porque permite a competição criativa na pesquisa em saúde”, disse o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.

PRÊMIO - O Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS é uma espécie de “Oscar da Saúde”. Os pesquisadores foram premiados com R$ 195 mil distribuídos em quatro categorias: tese de doutorado, dissertação de mestrado, trabalho científico publicado e monografia de especialização ou residência.

As pesquisas premiadas este ano tratam de temas como controle da tuberculose entre os povos indígenas; negociação intergovernamental; uso de terapias em pacientes com síndrome coronariana aguda no Brasil; impacto do Programa Bolsa Família e seu efeito na Estratégia Saúde da Família sobre a mortalidade no Brasil.

Desde a criação do prêmio, em 2002, foram inscritos 4.550 trabalhos. Desse total, 252 pesquisadores foram premiados, sendo 209 com menção honrosa e 43 receberam prêmios em dinheiro, consolidando o compromisso do Ministério da Saúde de incentivar a produção científica com potencial de utilização no Sistema Único de Saúde. Desde a sua primeira edição, já foram distribuídos mais de R$ 500 mil reais aos ganhadores.

PARCERIA INTERNACIONAL – Na quarta, o Ministério da Saúde brasileiro assina parceria com a instituição britânicalíder no mundo em pesquisas que avaliam tecnologias de saúde. O National Institute for Clinical Excellence (Nice), agência autônoma do Ministério da Saúde britânico, vai desenvolver com o órgão brasileiro um programa para avaliar tecnologias em saúde importantes para a assistência pública dos dois países. Ambos têm sistema universal gratuito de atendimento à saúde da população. Brasil e Reino Unido vão trocar conhecimentos e competências para utilizar cada vez mais a ciência e tecnologia no SUS em prol do acesso universal.

EDITAIS – Durante o encontro será anunciado o investimento de R$ 47,1 milhões em 75 novos projetos de pesquisa. Os estudos vão abordar a construção de Rede Nacional de Pesquisa sobre Políticas de Saúde e o fortalecimento da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde, além de desenvolvimento de novas terapias e melhoria no atendimento de doenças endócrinas e metabólicas.

Também há projetos contemplados com recursos conjuntos do Ministério da Saúde e do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação, sobre temas como análise de decisões e normas emanadas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário relacionadas à saúde; evolução do Complexo Econômico Industrial da Saúde e a inovação tecnológica no Brasil; e identificação e análise de iniciativas inovadoras em redes assistenciais e regiões de saúde.

Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/