A distribuição gratuita na rede pública de saúde ainda deve ser avaliada por um grupo de trabalho antes de se tornar realidade. De acordo com o médico infectologista Marcelo Joaquim Barbosa, do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, o custa da dose é um dos assuntos a serem discutidos. "Hoje ainda está inviável (distribuir a vacina) por causa do valor. Nos EUA, a vacina custa US$ 120 (cerca de R$ 255) a dose".

O governo também precisa definir quem deve receber a vacina, caso seja mesmo adotada no SUS (Sistema Único de Saúde). E para isso precisa de informações, opina o médico. "Por exemplo, qual a estimativa de meninas que têm HPV no Brasil? Nós temos a estimativa de pessoas sexualmente ativas, dos 15 até os 49 anos, mas isso entre homens e mulheres. Para a introdução da vacina, acho que o primeiro grupo a ser contemplado com essas vacinas seriam as meninas."

A pesquisadora e principal autora da vacina no Brasil, Luísa Lina Villa, espera que em pouco tempo o remédio possa atingir todas as faixas etárias. Em relação ao custo, afirma que os governos poderão negociá-lo com as companhias farmacêuticas e a própria OMS (Organização Mundial da Saúde).

A Anvisa já autorizou a comercialização da vacina Gardasil para os quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18) ao valor máximo de R$ 364,16 a dose. Mas o laboratório Merck Sharp & Dohme, criador da vacina, recorreu do valor e espera a tramitação do processo.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Folha de São Paulo 03/02/2007
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u131306.shtml (external link)