O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira que vai financiar uma pesquisa sobre os efeitos da adição de iodo no sal na saúde da população do país.

A PNAISAL (Pesquisa Nacional para Avaliação do Impacto da Iodação do Sal) pretende investigar se a quantidade de iodo presente no sal de cozinha que é consumido pela população é adequada.

A pesquisa, que começa a partir da próxima segunda-feira (31), será realizada pela Universidade Federal de Pelotas (RS). Ao todo, serão 20 mil pessoas, entre 6 e 14 anos, que terão a urina coletada e analisada.

Conforme informa o ministério, a pesquisa também inclui questionários com os pais das crianças e adolescentes e coleta do sal de cozinha utilizado nos domicílios visitados.

A duração da pesquisa deve ser de quase dois anos, entre a coleta e análise dos dados. O primeiro Estado a ser pesquisado será o Rio Grande do Sul.

Saúde pública

Desde a década de 1950, o governo brasileiro estabeleceu a obrigatoriedade da adição de iodo no sal de cozinha. A medida foi adotada pelo governo após o bócio doença associada à deficiência de iodo no organismo se transformar em problema de saúde pública no país.

De acordo com o Ministério da Saúde, na época, cerca de 20% da população apresentava a doença.

Desde a medida, o governo já realizou quatro pesquisas para avaliar os efeitos da iodação do sal. A primeira, em 1955, apontou que 20,7% apresentavam o bócio. Nas pesquisas posteriores, o número caiu para 14,1% em 1974, 1,3% em 1984, e 1,4% em 2000.

Atualmente, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabelece que a proporção de iodo no sal de cozinha seja de 20 a 60 miligramas por quilo.

O Ministério da Saúde recomenda que, por dia, crianças devem consumir cerca de 90 microgramas de iodo e adultos cerca de 150 microgramas de iodo das diferentes fontes, como leites, produtos lácteos e o próprio sal iodado.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u386863.shtml