A assistência aos cearenses que contraíram dengue foi reforçada hoje pelo Ministério da Saúde. A Pasta liberou R$ 4 milhões para investimento nas áreas de Média e Alta Complexidades, o que inclui compra de insumos e materiais para o atendimento aos doentes, além de manutenção de leitos hospitalares. A destinação dos recursos foi garantida por meio da Portaria nº 793, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (15). O dinheiro será liberado em parcela única aos Fundos Estadual de Saúde do Ceará e Municipal de Saúde de Fortaleza (R$ 2 milhões para cada).

De acordo com o balanço da dengue no primeiro trimestre de 2011, divulgado pelo Ministério da Saúde, o Ceará notificou 16.659 casos da doença, dos quais 6.085 em Fortaleza. O estado também registrou 123 casos graves e 20 mortes confirmadas por dengue, entre janeiro e março deste ano.

Por todos esses fatores, o Ceará permanece sob o monitoramento constante do Ministério da Saúde. Os gestores locais foram orientados a reforçar as ações de Vigilância e de Assistência em Saúde, para que sejam eliminados os focos do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, e as unidades públicas e particulares de saúde estejam aptas a atender prontamente as pessoas com os sintomas da dengue, evitando casos graves e óbitos.

ATENDIMENTO – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve em Fortaleza no dia 25 de fevereiro para participar de atividades de mobilização das autoridades locais, sociedade civil e população contra a dengue. Em seguida, técnicos do Ministério foram ao estado para revisar o Plano de Contingência montado pelo governo local para controlar a doença e organizar o atendimento aos pacientes acometidos pela dengue.

Após a visita técnica, verificou-se a necessidade de ampliação de leitos na rede hospitalar, especialmente para garantir a internação e o manejo clínico adequado dos doentes. De acordo com o Ofício nº 458/2011, encaminhado pelo Governo do Estado do Ceará ao Ministério da Saúde, parte dos recursos extras permitirá a manutenção, por 90 dias, de 90 leitos exclusivos aos pacientes com dengue, de acordo com a seguinte distribuição:

- 22 leitos pediátricos no Hospital da Polícia Militar, de retaguarda para o HIAS
- 8 leitos de internação semi-intensiva pediátrica no HPM
- 20 leitos no HSJ para suporte adulto
- 20 leitos no HGWA para adultos, de retaguarda para o HGF
- 20 leitos na Santa Casa de Fortaleza para suporte adulto

A verba também deve reforçar a compra de materiais, insumos e equipamentos, além de permitir a ampliação do horário de funcionamento de Unidades Básicas de Saúde (UBSs), entre outras medidas a serem definidas pelas autoridades locais.

VIGILÂNCIA – A portaria publicada hoje trata somente das ações de Média e Alta Complexidade. Mas a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde encaminhou ao Ceará 1.000 bolsas com materiais para atividades de campo, 200 mil envelopes de sais de reidratação oral, 150 mil comprimidos de paracetamol e 20 mil frascos de soro fisiológico. Também foram cedidos 20 veículos utilizados na aplicação de inseticidas para eliminar o Aedes aegypti. O objetivo da técnica – conhecida como fumacê – é reduzir a população de mosquitos adultos, o que tem impacto direto na diminuição dos casos de dengue.

Além disso, antes do período de transmissão mais intensa da dengue na região Nordeste (a partir de março), houve reforço das ações de mídia, em fevereiro, com a intensificação da campanha de mobilização por meio de rádios, TVs e outdoors. Em abril, TVs e rádios foram novamente usadas para reforçar as medidas preventivas e mobilizar a população cearense.

SEM INTERRUPÇÕES – O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, lembra que as medidas preventivas contra a dengue não devem ser interrompidas: a intensificação das chuvas e o calor contínuo em vários estados nesta época do ano favorecem a proliferação do Aedes aegypti. Para ele, é fundamental manter as ações de eliminação dos focos do mosquito e ficar atento para o surgimento dos primeiros sintomas da doença – recomendações que valem tanto para os gestores municipais e estaduais de Saúde quanto para a população.

“A combinação do trabalho preventivo de cada família com as ações do Poder Público é capaz de reduzir a população do Aedes aegypti e, consequentemente, evitar epidemias”, afirma Jarbas Barbosa. Para a população, a recomendação é eliminar os criadouros presentes no ambiente doméstico, como pratos de vasos de planta, calhas obstruídas e recipientes como embalagens plásticas e garrafas. Além disso, devem ser adotadas medidas de proteção contra a infestação pelo mosquito Aedes aegypti em locais como caixas d’água, toneis e outros recipientes de armazenagem de água.

“A população deve cobrar das Prefeituras o mesmo cuidado no ambiente público, com o recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e a fiscalização de borracharias”, recomenda o secretário Jarbas Barbosa.

Ao perceber os primeiros sintomas da dengue, como febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos, a pessoa deve procurar o serviço de saúde mais próximo. Em nenhuma hipótese deve-se tomar remédio por conta própria, pois isso pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico. Também é fundamental ficar atento aos sinais de alarme da doença, como vômitos persistentes, desmaios e dores abdominais. “São sinais que podem indicar o agravamento da doença. Nesses casos, a pessoa deve ir imediatamente a uma unidade de saúde e já introduzir a hidratação, o que evita casos graves e óbitos”, orienta Barbosa.

Fonte: http://portal.saude.gov.br