O primeiro Banco de Leite Humano (BLH) da Costa Rica foi inaugurado na última sexta-feira (6), na cidade de San Ramón. A unidade, instalada no Hospital Carlos Luis Valverde Vega, partiu de um projeto de cooperação firmado em dezembro de 2008 entres os Ministérios da Saúde do Brasil e de Costa Rica. O objetivo da parceria é promover o aleitamento materno nos casos em que a própria mãe não pode alimentar o recém-nascido ou para nutrir bebês prematuros e de baixo peso e, assim, reduzir a mortalidade infantil naquele país.

Nesta semana, técnicos brasileiros começaram a capacitar os profissionais costarriquenhos envolvidos no processamento e controle de qualidade do leite humano. Todas as doadoras de leite humano serão selecionadas e avaliadas quanto a possíveis doenças e identificação de uso de drogas ou bebidas alcoólicas, o que poderia prejudicar a qualidade do leite. Além disso, elas farão exames de sangue para sífilis, HIV e hepatite B. Aquelas que estiverem aptas para doar receberão um cartão que as identifique. Uma vez selecionadas, poderão fazer a doação regularmente, de acordo com o cronograma estabelecido pelo centro médico.

Pelo acordo firmado, o governo brasileiro, por meio de financiamento da Agência Brasileira de Cooperação e de recursos do Ministério da Saúde, investirá cerca de US$ 63 mil até o final do projeto, que prevê o apoio técnico para a implantação do BLH, transferência de tecnologia e capacitação de profissionais. Na América Central, esse é o oitavo banco instalado com a cooperação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Ministério da Saúde do Brasil. Atualmente existem outros quatro na Guatemala, dois em Honduras e um em Cuba.

Os bancos de leite têm como missão incentivar, proteger e promover o aleitamento materno para diminuir os índices de mortalidade infantil e melhorar a qualidade de vida dos bebês, nos casos em que a própria mãe não pode amamentá-los. Em todo o mundo, o leite materno pode reduzir em 13% as mortes de crianças menores de cinco anos. No Brasil, um estudo feito em 14 municípios da Grande São Paulo, em 2003, apontou que a estimativa média de impacto da amamentação sobre o Coeficiente de Mortalidade Infantil foi de 9,3%.

REFERÊNCIA MUNDIAL – O Brasil tem a maior e mais complexa rede de bancos de leite do mundo, com mais de 200 bancos que atendem anualmente cerca de 140 mil recém-nascidos. Entre 2003 e 2009, a coleta de leite humano aumentou 56% no país. O número de doadoras também é crescente: subiu 88,4% em seis anos, passando de 60,4 mil mulheres, em 2003, para 113,8 mil, em 2009. O Brasil repassa conhecimento sobre controle de qualidade e processamento de leite materno para 24 países da América Latina, Caribe, África e Europa. A Espanha, por exemplo, implantou seu banco de leite em Madri com ferramentas totalmente brasileiras.

Fonte: http://portal.saude.gov.br