Aplicar um choque de gestão nos sistemas de saúde do estado é a intenção da Firjan com o "Mapa do Desenvolvimento". Para tanto, a principal meta é organizar e ampliar a rede de atenção básica em saúde, com a expansão de programas de prevenção e de atendimento como o Saúde da Família e o de Agente Comunitário de Saúde. A definição desse objetivo foi feita pelo empresariado após constatar que em 2004, somente 30% da população carente do estado e 8% da capital contavam com cobertura da rede de atenção primária de saúde, enquanto em outros estados, como Santa Catarina, o percentual chega a 70% da população alvo.

De acordo com Sérgio Bastos, diretor de Saúde da Firjan, a prevenção de doenças como acidente cerebral vascular (AVC) e coronarianas representa uma economia de milhões para a sociedade. Considerando somente o universo de 477 mil trabalhadores da indústria, pesquisa feita pela Firjan constatou que, num período de um ano, 1.800 deles deverão sofrer algum tipo de doença coronariana e 1.400, um AVC, gerando custos de tratamento na ordem de R$ 5,3 milhões. Os doentes também deixariam de produzir R$ 24,8 milhões e a invalidez e morte de alguns custariam R$ 24,5 milhões à Previdência.

Estímulo à criação de consórcios municipais
A Organização Mundial de Saúde tem cálculos que mostram que, quando se investe em programas de prevenção, consegue-se reduzir em até 80% a incidência de doenças. Se alcançássemos um índice de 50%, já teríamos uma economia de mais de R$ 25 milhões somente em relação aos trabalhadores da indústria. E tudo isso com pouco investimento. Montar uma equipe multidisciplinar do Saúde da Família, por exemplo, custa apenas R$ 25 mil - diz Bastos.

O primeiro passo para melhorar o atendimento básico, segundo ele, é a realização de um amplo cadastramento da população do estado, identificando as condições sócio-econômicas, sanitárias e de saúde dos habitantes. Dois municípios do estado, Miracema e Paraíba do Sul, já passaram por um plano piloto patrocinado pela Firjan e tiveram seus 60 mil moradores cadastrados. Bastos calcula que um cadastramento semelhante em todo o estado custaria R$ 30 milhões: A partir daí, seria possível fortalecer a cobertura das unidades básicas de saúde e estimular a criação de consórcios municipais, de modo que em cada região houvesse um centro de referência para cada especialidade, aglutinando o atendimento de média e alta complexidade dos municípios vizinhos e diminuindo custos.

O Globo

Fonte: CONASEMS 14/08/2006
http://www.conasems.org.br/mostraPagina.asp?codServico=11&codPagina=4531 (external link)