Folha de S.Paulo
14/09/2006
Ciência
Anvisa avaliará pesquisa que condena diclofenaco
Situação da droga não muda ainda, diz agência

DA REDAÇÃO

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou ontem que irá analisar as evidências científicas de que os antiinflamatórios comuns aumentam o risco de problemas cardíacos antes de decidir se altera sua regulamentação.
Um estudo australiano publicado on-line ontem pelo periódico médico "Jama", da Associação Médica Americana, afirma que o diclofenaco, princípio ativo dos antiinflamatórios Cataflam e Voltaren, aumenta em 40% as chances de ataques cardíacos e morte súbita. O estudo revisou resultados de 23 pesquisas, que no total envolveram 1,6 milhão de pacientes -um número considerado "sem precedentes" em análises do gênero.
Seus autores, da Universidade de Newcastle, dizem que a análise traz bases para rever o status regulatório do diclofenaco. No entanto, a FDA, agência do governo dos EUA que regulamenta drogas e alimentos, disse que não vai pedir a retirada da droga do mercado, nem alterar sua regulamentação.
A Anvisa, segundo informou ontem sua assessoria de comunicação, seguirá a mesma linha. O órgão deve analisar a pesquisa australiana e outras existentes sobre os riscos dos antiinflamatórios antes de decidir sobre regulamentação da droga.
Fabricante contesta dados
A Novartis, empresa que fabrica o Cataflam e o Voltaren, disse que o estudo no "Jama" é inconclusivo e "não fornece evidência que justifique a interrupção do tratamento com diclofenaco". A empresa afirmou em uma nota que a meta-análise australiana "não considerou outras causas de elevação do risco cardiovascular", como tabagismo, hipertensão e colesterol elevado.

Folha de S.Paulo
14/09/2006
Cotidiano
Surto de rubéola em BH já atingiu ao menos 44 pessoas

DA AGÊNCIA FOLHA

Um surto de rubéola em Belo Horizonte foi confirmado nesta semana pela Secretaria da Saúde de Minas Gerais. Segundo a pasta, já são 44 casos confirmados na cidade neste ano, contra nenhum em 2005.
No dia 18, a Secretaria Municipal de Saúde recebeu notificação de 13 possíveis casos de rubéola em funcionários de uma empresa de informática. Desde então, foram cem casos notificados e 44 confirmados.
A rubéola é uma doença de origem viral, transmitida de pessoa a pessoa e que traz mais riscos para mulheres grávidas, pois pode causar má-formação no feto e aborto. Os sintomas são mal-estar, dores musculares e gânglios atrás das orelhas e na nuca. Também podem aparecer manchas vermelhas.
A vacina contra rubéola é obrigatória e recomendada aos 15 meses de idade. Uma segunda dose também é recomendada para crianças de 4 a 6 anos.
Com o surto, a Secretaria Estadual da Saúde repassou R$ 70 mil ao município, para uma campanha de vacinação. (THIAGO GUIMARÃES)